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Teológia da Historicidade da Missão Missionária


Introdução

A missão da igreja deve ser vista sempre como sua forma de existir e de realizar o seu propósito principal na terra, Missões. A missão estabelecida não tem origem humana, pois sua missão foi elaborada , planejada e ordenada por natureza Divina. Todo processo de redenção do homem por conseqüência do seu pecado, se dá com a eleição de um homem chamado Abrão que tem promessa de vi a ser uma grande nação para alcançar todos os povos e etnias da terra. Todo contexto histórico do povo hebreu se dá dentro de propósitos divinos que visam buscar, restaurar todas as nações. Israel, o povo-servo, havia falhado completamente por uma rejeição teimosa de Deus e desobediência à sua vontade. A Missão dada a Israel foi cumprida em Cristo que radicalmente obedeceu e se submeteu ativa e passivamente ao projeto Divino, culminando com sua morte vicária em favor da humanidade pecadora. Jesus restaurou todo o processo da missão, porque logo após sua ascensão, Ele confiou a tarefa de continuar a missão, a sua igreja. Nós somos suas testemunhas e nossa tarefa é no poder do Espírito Santo, levar o evangelho desde o lugar onde vivemos até os confins da terra.

1- A Chamada Missionária de Israel

O pecado trouxe conseqüências trágicas para a humanidade, a principal foi a quebra de relacionamento com seu Criador. A comunhão deixou de existir e passou o homem a ter medo e a fugir da presença de Deus com seu sentimento de culpa. No processo eterno da restauração do homem fica estabelecido que da semente da mulher nasceria um que definitivamente resolveria essa situação gerada por satanás. O plano de redenção não seria apenas uma hipótese mais uma realidade na vida do homem que foi feito com um propósito, “adorar e manter comunhão com seu Criador”. A desenvoltura desse projeto se dá em eleger soberanamente uma nação que realizaria essa missão de ser canal das bênçãos divinas para as nações da terra. A historia se processa com o chamado de Abrão que dá uma perspectiva bíblica maravilhosa; Abrão decididamente saiu da sua terra e parentela para obedecer à voz e dar testemunho de Deus aos cananeus, filisteus e heteus. Dele descendem os hebreus que deverão cumprir o propósito para qual o Deus os havia comissionados.
Historicamente, o povo escolhido passa por um processo de tratamento e amadurecimento em uma terra que não era sua, onde viviam como escravos, pois Deus queria forjar neles uma nação determinada, forte nos planos divinos, tomando posse das promessas, obedecendo à vontade de Deus. O desafio de Israel era ser fiel a uma aliança como testemunha de Deus entre todas as nações. “Eu vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus”. Libertos do Egito, o povo processa agora uma consciência de livres para entender como as nações estão em relação a Deus. As nações estão escravas do pecado, da idolatria que ignoram a soberania e o amor de Deus. Israel precisa se identificar com Moisés em ser luz espiritual para libertar as nações do julgo de satanás, que como faraó, as mantém presas como escravos. Porém, Israel não foi fiel a esse projeto, em vez de ser um exemplo para as nações, se corrompeu absorvendo costumes e religiões pagãs das nações; Não fez missões e acabou sendo sucumbida pelo pecado. Como diz Secanias em Esdras 10:2, “Temos sido infiéis ao nosso Deus”... mas ainda há esperança para Israel. A promessa de redenção não seria abortada porque um povo decidiu não assumir, pelo contrário, a soberania de Deus independe da vontade humana, como diz Isaías em relação à vontade e o poder divino em suas realizações: “operando Eu, quem impedirá” . Chegou o tempo de se manifestar aquele que corretamente em sua vida estabelecerá o reino de Deus aqui na terra. Foi necessário que a voz do que clama no deserto profeticamente anunciasse que o povo voltasse arrependido para Deus, porque o reino estava bem próximo. João testificou essa realidade, quando inspirado, declara no reino físico e espiritual “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Israel assumiu através de João a postura de luz para as nações. Jesus veio como restaurador de Israel e infelizmente os “seus não o receberam”. Toda organização e formação do novo Israel espiritual de Deus se dá quando no processo de eleição e “escolha”, o Senhor Jesus gasta tempo orando e levanta doze homens que são chamados para serem “pescadores de homens” a se identificar com todo processo histórico “Abraônico”. Jesus, então, processa com qualidade ensinos e tratamentos que levem os seus doze discípulos a serem referências para as nações. O novo Israel espiritual de Deus teria uma identidade simbolicamente relacionada com a luz e o sal da terra. Os doze não foram diferentes de Israel, povo, porém como Deus , Jesus não desistiu e os amou até o fim.
2- A chamada Missionária da Igreja
A nova comunidade chamada igreja é gerada e selada pelo Espírito Santo que lhes dá ousadia e intrepidez nas palavras, levando-os a serem testemunhas do poder Deus através de Jesus Cristo de Nazaré. A substituição de Israel povo pela igreja no processo de restauração da humanidade fica estabelecida quando Jesus diz: “portanto eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a um povo que dê os seus frutos”. A igreja tem a mesma missão a realizar, pois a proposta é imperativa “fazer discípulos” Mat. 28:19; esta ordem não tem limite de tempo, isso significa que é de competência da igreja difundir o evangelho do Senhor em todas as nações, pois embora a negligência de Israel tenha prejudicado grandemente o projeto de redenção, o objetivo foi alcançado, ainda que parcialmente, mas com a igreja o projeto terá definitivamente êxito. Jesus sabia quão grande seriam os obstáculos em que os discípulos deparariam na execução da tarefa a eles confiada. Seria preciso sacrifícios, exigiria de cada um dos discípulos dedicação. A história da nova comunidade é antes de tudo uma história de abnegação, lagrimas e sangue, isso porque o valor do reino é muito precioso e precisa fazer sentido na igreja. A visão que Jesus sempre colocou para os doze era global e nunca limitada a um povo. Atos dos apóstolos nos mostra que logo de início a igreja ainda mantinha uma mentalidade exclusivista preconceituosa, o que prejudicava a salvação dos gentios. A missão era mundial e não apenas local. Atos 1:8. Foi preciso que Deus movesse na história a mesma situação para corrigir Israel, a perseguição. Porém, foi na casa de um gentio chamado Cornélio que Pedro se converteu à teologia missionária dos povos que precisavam ser alcançados (Atos 10). É assim que o agente operador começa a gerar um mover na igreja que precisa sair dos conceitos judaico e passar a ser igreja transcultural, ao ponto que o Espírito Santo ordena separação de missionários para buscar atingir outras regiões e nações. (Atos 13). É importante frisar que a igreja não está aqui para fazer outra obra a não ser fazer Jesus conhecido, buscar não anular a cruz de Cristo, mas pregar a palavra e fazer com que vidas sejam resgatadas das trevas para o reino do filho do seu amor, Jesus Cristo. A responsabilidade é desafiadora, mas temos sido hoje capacitados e conscientizados para não fazer como Israel que foi infiel a Deus no projeto de redenção da humanidade. A missão deve gerar em nós um privilégio, pois quem não quer fazer parte de um projeto de Deus? Sermos cooperadores de uma obra que teve seu clímax máximo na Cruz do calvário, quando o próprio Filho de Deus se entregou para redenção dos homens, inclusive da igreja, como poderíamos pagar esse amor? Missão é uma grande oportunidade para se demonstrar gratidão a Deus pela obra da cruz.. A igreja vem sendo levantada pelo avivamento a ser fiel ao amado das nações, temos um papel histórico e precisamos cumpri-lo, as nações clamam por uma resposta, por uma solução e só a igreja pode consolidar esse clamor.


3- Historicidade de Missões Modernas

O movimento missionário chamado era moderna, veio com a formação da OSMB (Organização da Sociedade Missionária Batista) no ano de 1792, tendo como um ícone missionário WILLIAM CAREY. A reforma protestante gerou conflitos doutrinário-ideológicos entre a igreja católica e alguns “pensadores” cristãos como João Hus que em sua interpretação bíblica descobriu e defendeu que a salvação é pela fé. Porém, Hus não tinha apoio político, Tcheco e principalmente da igreja católica. Isso desencadeou um movimento na Europa quando Martinho Lutero evidencia uma reforma na Alemanha, o que teve êxito, já que políticos príncipes ultiza-se do movimento da reforma protestante para libertar do domínio político latino. Com isso a igreja cristã protestante preservou a sua liberdade de interpretação bíblica como sua teologia soterológica. Nesse período da reforma protestante as igrejas não tinham desenvolvido um trabalho missionário a nível global, isso sem dúvida facilitou a igreja romana que logo desenvolveu um trabalho com sua ordem missionária, os jesuítas, franciscanos e dominicanos para catequizar o mundo.Os reformadores estavam preocupados e centralizados na reforma protestante na Europa, pois os povos não-cristãos não passaram a ser prioridade em seus ministérios.A chama da visão teológica missionária não era vista como parte principal da reforma. Com isso a história nos traz como a igreja protestante ficou acuada e ameaçada pela a igreja católica romana. O que nos assusta é que os países protestantes não eram vistos como ameaças para o regime religioso-político nos países potencialmente na época sobre o domínio da igreja católica romana. Deus então conduz a história no quadro político mundial na era da colonização. A igreja protestante passa por mudanças internas, os chamados pietistas formam sua própria igreja dentro das igrejas luteranas. Os chamados Morávios em sua visão missionária decidem enviar missionários
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protestantes para cidades e nações próximas do continente. Dentre os convertidos pelos Morávios estava WESLEY que logo sendo salvo dedicou-se a pregar a fé salvadora com GEORGE WHITEFIELD, que foram levantados por Deus para provocar um avivamento nas colônias inglesas e na América do norte. Destacamos um outro ícone considerado como o “pai das missões modernas” que com coragem e ousadia convenceu os batista que estão divididos por questões doutrinárias calvinistas e arminianos, formarem a primeira sociedade missionária batista que até hoje é atuante na CBB. Porém, é no século 19, com o movimento missionário estudantil sobre a perspectiva temática “alcançar o mundo nesta geração” na cidade de EDIMBURGO o que se levanta uma paixão pelos povos. Para isso era necessário um envolvimento geral de todas as igrejas cristãs e um dos resultados positivos é que foi visto a América latina como um campo missionário, como resultado negativo estava às igrejas que discordaram do movimento ecumênico moderno que levou conseqüentemente, à divisão entre algumas denominações. No final da segunda Guerra Mundial e o declínio da era da colonialização, novas nações foram organizadas. Hoje o desafio é ainda muito maior, haja visto as grandes transformações culturais, éticos, sócio-econômico, a secularização, o avanço científico e a religiosidade-filosófica que ainda impera continentes que precisam ser alcançados. A nova ordem mundial está redesenhando o mundo em todos esses aspectos.

4- Missões Transculturais

Desde o princípio, o propósito redentor de Deus se manifestou no mundo visando toda a humanidade, isso significa que nossa postura como igreja sacerdotal nos leva à responsabilidade de rompermos fronteiras culturais e religiosas, buscando aproximar o homem de Deus através de Jesus. A missão transcultural deve ser vista como a possibilidade de infiltrar a cultura bíblica e desmistificar a cultura secularizada das nações. É preciso como igreja termos a cosmovisão sem preconceitos de se identificar como estratégia às diferentes culturas nas nações. É importante salientar que na missão transcultural haverá confrontos de idéias, de comportamento, de crenças, de valores, porém, nunca deverá haver uma barreira para que o evangelho possa ser anunciado. A igreja precisa doutrinariamente estar firme no que o apóstolo Paulo recomenda para não perder nenhum pecador, ele diz que se fez para conquistar... A mensagem para missões transculturais não será mudada, alterada, isso porque o pecado está inserido na cultura enquanto a palavra denuncia o pecado sem muitas vezes alterar ou ofender essa cultura. A igreja precisa ser uma fonte clara de contextualizar a mensagem salvadora sem perder sua identidade.


Considerações Finais

O projeto de redenção tem sua origem em Deus, todavia na realização Deus tem confiado a homens que foram chamados para serem canais de sua graça no resgate das nações. Israel, falhou, mas ainda terá a oportunidade porque dentro dos propósitos de Deus, Israel cumprirá a promessa, ser bênção e luz para todas as nações no período escatológico. Hoje, a igreja vem cumprindo o seu papel ainda que morosamente, mas tendo da parte de Deus consciência de que fazer missões é uma responsabilidade a ela confiada. O objetivo prioritário da igreja é fazer Jesus Cristo conhecido em todas as nações.



Pr.Israel Jordão.
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