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Pastor e seu Ministério
Pr. Israel da Costa Jordão

INTRODUÇÃO- Os tempos diferem em forma e expressão, o que significa que não podemos nos espelhar na atualidade para avaliar o papel e a identificação pastoral para os nossos dias. "O mundo jaz do maligno", diz 1 João 5.19. Isso implica todas as épocas, é exatamente o que a Bíblia diz que ele é maligno. Assim sendo, o perfil do Pastor de Deus para hoje deve ser buscado na palavra infalível de Deus, que apesar de tantos séculos escrita continua se renovando a cada manhã como a misericórdia de Deus.
1- O Pastor e sua identidade.
Esta é, para mim, a questão fundamental. O Maior Problema Histórico e Teológico na Igreja Católica sempre foi omitir toda teologia Cristológica para seus membros. Podem averiguar que toda estrutura eclesiástica e formação de seus teólogos, nada tem com a Cristologia. A Reforma tentou acordar e sinalizar essa essencial necessidade, o que além de negarem o governo da igreja romana, manchou o processo histórico da Reforma, que se chamou Protestante, com perseguições, atrocidades e sumariamente com julgamentos teológicos para sentenciar os que queriam a essência da Cristologia. Estamos passando por esse mesmo processo, da mesma forma sucede com os evangélicos como igreja, Pastores, Teólogos, Educadores Religiosos e Líderes.
Procure fazer uma análise Critica nos programas oferecidos pela mídia e veja se hoje a teologia Contemporânea não tem sido efusivamente focalizada em; vencer a Satanás, viver de bem com a vida, prosperar material como sinal de que é filho do “Rei” e fazer Votos em campanhas estabelecidas nas igrejas “empresas e comércios” ideologicamente Pragmáticos, a fim de massificar os assuntos contemporâneos nas comunidades evangélicas.
A Teologia do Novo Testamento apresenta a Igreja Primitiva solucionando os problemas sociais sem oferecer enriquecimento, sem prometer as riquezas como motivação para seguir e servir ao Senhor da Igreja, Jesus. Percebemos explicitamente que a função da Igreja era fazer Jesus ser engrandecido e reconhecido como o Messias Prometido, que viria para Salvar o homem da Morte do Pecado e resgatá-lo do poder das trevas e Restituí-los de todas as bênçãos espirituais. Percebemos que os fatos sobrenaturais evidenciados pela igreja primitiva, não a tornava mais Popular e Poderosa, pelo contrário, os apóstolos e Líderes da Igreja ocultavam-se e deixava que a Glória fosse centralizada na e para a Pessoa de do nosso Senhor Jesus Cristo. Percebemos que a Cristologia não era apenas pregada, ensinada, mas, vivida na pratica, ao ponto de serem oferecidos como sacrifício vivo agradável a Deus.
Temos hoje uma igreja evangélica extremamente personalizada nos seus programas estratégicos para contabilizar seus gazofilácios assim como a igreja Católica no tempo Medieval. A Igreja Católica ainda mantém seus santos como recursos para a fé de seus membros e principalmente comprometidos efetivamente na cultura popular da sociedade que sempre foi festeira e nunca quis se divorciar da Igreja romana, a não ser quando convencida pelo Espírito Santo através do Genuíno Evangelho.
As igrejas contemporâneas chamadas evangélicas aproveitam-se dos “santos da Bíblia” para promoverem suas estratégias; Semana dos Gideões, Semana da Fé de Abraão, semana derrubando gigantes como David, semana da Pescaria de Pedro, ou Mês do Apóstolo Pedro, Ano da unção Apostólica de Paulo, até Fogueira é santa serve para inquisição das mazelas do povo, e por ai vai. O Louvor vendo sendo extremamente genérico, porque estamos preocupados em agradar o público, ao tempo que exige músicas Gospel, com seus estilos, ritmos, cores muitas vezes extravagantes, orem há uma luz no fim do túnel está a caminho do Louvor em que a essência é simplesmente adorar o Cordeiro que venceu como já têm sido revelados pela visão de João em Ptmos, os louvores são direcionados em conteúdo e ritmo para agradar só a Deus.
A Igreja está ficando existencialista, imediatista, querendo resolver os problemas pessoais com programas terapêuticos e formulas. Todavia, estamos esquecendo que o maior problema do homem contemporâneo é o Pecado. O Pecado foi à causa principal da Morte vicária do nosso Senhor Jesus Cristo.
"Estou crucificado com Cristo", disse Paulo. Que tinha uma paixão, Jesus Cristo. Dispôs-se a perder tudo por amor de Cristo. Vemos hoje Pastores que amam sua carreira, sua denominação, buscam seus interesses pessoais, mas não tem evidencia de profundo sentimento de amor por Jesus Cristo. O maior ícone de todos os tempos, Paulo foi dedicadamente, extremamente amante de Jesus e seus reino. Paulo não buscou encontrar em Cristo encontrou no Senhorio uma possibilidade para enriquecer, mas razão para viver e Morrer. Hoje, precisamos urgentemente de Pastores que não negocie o seu chamado, seu ministério e nem o torne seu chamado em causa própria, mais como o Apóstolo Paulo, se deixe gastar mesmo que em tempo de escassez, em tempo de lutas, aquele que é o autor e consumador da nossa fé. Você precisa ser um vocacionado apaixonado por Jesus Cristo. O Pastor precisa se Parecer e Ter sua identidade a semelhança do seu Mestre e Senhor, como os Apóstolos que foram reconhecidos na Prisão que andavam e falavam como JESUS.

2- O Pastor Ser e fazer Discípulos;
Qual tem sido a Motivação dos Pastores Contemporâneos! Ter uma igreja cheia? Então, a Teologia para encher e inchar é só falar sobre as riquezas e assistência médica divina! E programações antropocêntricas. Quer uma igreja de discípulos! Então, Pregue, Ensine sobre Cristo, poder de Deus para todo aquele que crê.
As igrejas têm procurado manter-se dentro de suas tradições ou reformulações que identifiquem com suas propostas. Não foi essa a Perspectiva e Prerrogativa de Jesus o Sumo Pastor da Igreja. Sua imperativa foi sermos testemunhas, sermos sal e luz, sermos reconhecidos pelo amor que temos recebido e aprendido DELE, enfim a proposta de Jesus e a expectativa do mundo é ver uma igreja semelhante a Jesus.
“Ide fazei discípulos” é questão de obediência, Seguir a Jesus, o vem sofrendo mutações, pois Pastores querem Ovelha parecidas com seu ministério, com sua igreja, com a denominação e até com sua personalidade., mas estão longe de se identificarem com Jesus Cristo.
Um dos nossos grandes problemas teológicos está na soterologia, na doutrina da salvação. Para os que crêem na teologia da libertação, a salvação primeiro vem na libertação da opressão econômica. Para os que crêem na teologia da prosperidade, salvação é libertação de problemas financeiros, de saúde e de relacionamentos humanos. Porém, o que vai resgatar uma igreja Corpo Vivo de Cristo é Pregar e Ensinar sobre a Vida, a Obra e a Divinização do Cordeiro de DEUS. Quando o Apostolo João estava exilado na Ilha de Patmos recebendo a Revelação, João teve a imagem, a visão clara e real de Jesus, você já parou para refletir sobre essa revelação! A visão de JESUS?, Foi extremamente e tremendamente gloriosa, divina, exaltada.
O rebanho que se tem para pastorear é um rebanho constituído de pessoas que foram salvas do domínio do Maligno e do poder do pecado, pelo sangue de Jesus. Temos um compromisso de fidelidade com a Obra da Cruz, o Próprio Senhor Jesus nos recomendou ter alegria não pelos resultados e possibilidades de vivenciarmos o sobrenatural, mais acima de tudo, a igreja é desafiada a resgatar a alegria da sua salvação. A igreja vem sendo exaustivamente levada por uma teológica cheia de emocionalismo, cheia de sensacionalismo, cheia de Triunfalismo, não se tem compromisso teologicamente em discipular os crentes a serem verdadeiramente discípulos de quem os salvou, Jesus.

3- O Pastor e sua Meditação;
Vivemos uma época de muita transformação e novidades, em nosso meio também não tem sido diferente. A cada dia uma nova teologia, uma nova revelação, uma nova experiência tem tomado e roubado o que já temos como fonte de alimento para vida pastoral, a Palavra de Deus. Imaginemos alguns espetáculos a filinha do cai e cai , dos dentes de ouro que foi logo no início taxado de ouro vindo diretamente do céu, a teologia do riso como se alegria da salvação fosse muito pouco para um cristão, o problema é que o que parece ser uma “Experiência” está se tornando regra e confissão de fé. Hoje, o marketing que enche a igreja é o show da fé, o espetáculo antropológico. O Pastor Contemporâneo precisa ser bíblico, e para isso sua formação teológica, sua vida de oração, sua vida de leitura precisa ser eficiente. O conselho de Paulo a Timóteo ainda é o mesmo para nós pastores, "Prega a Palavra!". Chega de adulterarmos os olhos do povo, precisamos falar a palavra de Deus para os Ouvidos que são portas de entrada da fé. Queremos pessoas comprometidas com Jesus e que amem a Palavra de Deus. É assim que tenho procurado formatar a igreja que tenho a honra de servir.
Uma igreja pode ser cheia por vários motivos: desde do carisma do pregador, do louvor com seus ritmos e estilos, do templo “Oscar Niemayerliano” climatizado, muito modismo,, porém, é bom lembrar que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas e que Jesus já fez a limpeza do templo, purificando-o das sujeiras ideológicas e mercadológicas que ainda insistem ser preservadas em detrimento de interesses ministeriais. A Palavra produz, avivamento, santidade, integridade, como dizia “Calvino, a palavra não só nos justifica, também nos condena”. A marca registrada de todos os avivamentos foi a ênfase na Bíblia. Inclusive o maior de todos os avivamentos, a Reforma Protestante, foi a redescoberta da Bíblia. Não é de estranhar. Jesus mesmo disse: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17).
Como tem sido o Pastor Contemporâneo na sua leitura em relação aos acontecimentos na sociedade. A Igreja precisa e tem necessidade de interpretar o mundo pela palavra de Deus. Estou indignado com leituras da Bíblia por Marx e sua Filosofia ateísta, por Freud e sua Psicanálise sem o amor incondicional e eterno de Deus, por Piaget e sua formação cognitiva educacional e Filosófica, por Darwin que apenas confundiu a Palavra CRIAÇÂO por evolução achando que o Processo evolutivo tiraria o brilho do Poder de Deus, por livros humanos e pelas experiências de Cristãos que querem tornar suas experiências pessoais em “Evangelho da Salvação”. Interpretar o mundo à luz da Palavra de Deus é indispensável para o Pastor de nosso tempo, necessário para nossas igrejas. O Pastor precisa ter uma cosmovisão da Palavra de Deus, ou seja, que saiba interpretar o mundo à luz das Escrituras.
Porém, como interpretar se falta-lhe os princípios da Hermenêutica? Conhecimento histórico-teologico? No entanto, segundo Eugene Peterson no seu Livro Maravilhas da Bíblia nos ensina que são poucos os que aproveitam da riqueza da Palavra de Deus, pois cada vez mais ela se transforma em mero acessório do povo cristão, cuja leitura se dá apenas racionalmente, desperdiçando o que o texto de fato quer revelar. O Ativismo tem sido uma das causas e efeito para afastar o Pastor da profunda meditação, do tempo necessário que o leve a buscar o que de fato Deus quer falar primeiro ao seu coração e depois do seu coração para o coração da Igreja.
O que temos hoje nos púlpitos de muitas igrejas são os que dizem ser Pastores sem nenhuma formação, muitas vezes Neófitos dos quais a palavra de Deus nos recomenda a não colocá-los para o exercício ministerial. O Fato de depender do Espírito Santo para falar não nos isenta da responsabilidade de buscarmos conhecimento e sabedoria para melhor alimentar e codificar a doutrina para seu rebanho.


CONCLUSÃO- Portanto, o Pastor precisa ter a identidade de seu Mestre para fazer discípulos e Conhecer as Escrituras e assim codificar o mundo pela palavra com princípios de interpretações corretas. Seu Ministério deve refletir o desejo de fazer o Reino em primeiro lugar em sua vida.

Autor- Pr.Israel Jordão
Bacharel em Teologia e Aluno do Curso de Pós-Graduação em Teologia Pastoral pelo CET, CENTRO DE ENSINO TEOLOGICA em Recife-PE, Pastor da Igreja Batista Filadélfia- Sucupira, Jaboatão-PE e Prof. (Administração Eclesiástica, Vida Cristã e Teologia Pastoral) no CET.

Email- israelmonica@oi.com.br
Blog- israeljordao.blogspot.com
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